Maior universidade federal do Rio de Janeiro, a UFRJ revela histórias
curiosas.
O prédio da Praia Vermelha, tombado pelo Patrimônio Histórico,
foi projetado para ser um hospício.
Dom Pedro II era jovem e sem barba quando decidiu construir um prédio
todo dedicado ao tratamento dos loucos no Império.
A Santa Casa de Misericórdia, no Centro do Rio, já existia. Lá havia
uma ala que funcionava como hospital psiquiátrico. A decisão de construir
um hospício na Praia Vermelha foi tomada para dar um melhor tratamento aos
doentes. Surgia, então, o Hospício Dom Pedro II. Foram dez anos de construção. Toda a mão-de-obra era escrava. Em estilo neoclássico, a entrada principal do prédio ainda é guardada pelas estátuas da caridade e da ciência. O projeto do engenheiro português Domingos Monteiro previa pátios internos amplos, longos corredores. Onde hoje são as salas de aula da UFRJ, ficavam as enfermarias.
Eles tinham acesso a trabalhos manuais, a tratamentos à base de banhos.
Eram tratados de maneira muito mais humanitária. Foi a primeira vez que
houve essa iniciativa de tratar os loucos de maneiro digna no Brasil,
conta a pesquisadora Marisa Hoirisch.
A única lembrança desses tempos de hospício são os furos nas janelas.
Todas eram gradeadas.
Até uma capela foi construída. A capela da reitoria tem uma imagem de
São Pedro de Alcântara em mármore.
Pesquisadores descobriram que o local foi pintado várias vezes ao longo
dos séculos.
A pintura bem escura dava um ar um pouco lúgubre à capela. A pintura
branca serve para proteger as outras camadas de tinta originais, explica
Marisa.
Independentemente da cor original da capela, os moradores do Rio daquela
época iam muito assistir às missas. Mas eles não se misturavam
com os pacientes do hospício. Os ditos "normais" ficavam na nave central,
enquanto os loucos ficavam isolados, no segundo andar da capela.
O prédio passou a ser universidade Universidade do Brasil e, depois,
Universidade Federal do Rio de Janeiro em 1952. E na década de 70 foi
tombado como Patrimônio Histórico do país.
FONTE: Histórias do Rio -Site RJTV- REDE GLOBO
PESQUISA ELABORADA POR: Neyla Bontempo