Ninguém imagina, mas há 200 anos uma famosa tradição espanhola
fazia parte da cultura carioca. Festas que atraíam um grande público.
As construções foram demolidas e, daquela época, só restam poucas
fotografias e pinturas.
No Centro do Rio, o Campo de Santana é um dos lugares da cidade
que contam com a maior variedade de espécies de animais: cotias,
pavões, todos convivem pacificamente. Mas o que aconteceria se um
touro fosse para o local?
A tradição das touradas no Rio veio com os portugueses. Uma aquarela
mostra a montagem de uma arena de touros no Campo de Santana no começo
do século 19 (foto).
Na época, um ponto nobre do Rio, cenário de muitas festas.
"A tourada era o ápice da festa popular, a demonstração da habilidade dos
famosos toureiros da cidade do Rio de Janeiro. Depois dessa apresentação,
acontecia o baile popular", conta o arquiteto Nireu Cavalcanti.
Apesar de as estruturas serem simples, as arenas centralizavam as mais
importantes comemorações. Elas eram móveis e podiam ser transportadas
para diferentes pontos da cidade.
Rua das Laranjeiras, esquina com Rua Ipiranga. Foi nesse endereço que
as touradas ganharam um ar mais oficial. Foi bem ali que o Rio viu surgir
a primeira praça de touros fixa da cidade. No lugar de um prédio de nove
andares, havia uma construção que não precisava mais ser montada ou
desmontada.
Os touros vinham do Uruguai ou de Portugal e tinham público garantido
em 1903, quando a arena foi inaugurada.
"Muitos portugueses vieram morar aqui para trabalhar na fábrica de
tecidos Aliança, construída em 1880. Foi o suficiente para o empresário
montar essa bela praça de touros em Laranjeiras", diz Cavalcanti.
Mas, apesar do grande público e de as touradas cariocas nunca
terminarem com a morte do touro, a prática foi perdendo força.
Veio o cinema. O Rio queria ser uma cidade moderna, as arenas foram
fechadas e as touradas ficaram para história.
FONTE: Histórias do Rio -Site RJTV- REDE GLOBO
PESQUISA ELABORADA POR: Neyla Bontempo