Vamos conhecer as cachoeiras em Lumiar

Fonte: Transcrição do site VIDA SEM PAREDES
Autoras:
Camila Coubelle, publicitária e saxofonista. Alguém em busca constante e eterna de conhecimento, e por isso, muito curiosa.
Mariangela Sá (Nange para os íntimos e não íntimos também). Sou jornalista por formação e publicitária por ocasião. Amante da gastronomia



Esse post é um tanto especial, pois eu decidi conhecer as cachoeiras em Lumiar, esse cantinho incrível, distrito de Nova Friburgo, a partir das fotos que vi no perfil de uma seguidora do blog no Instagram, a Flavia Sampaio. A gente divide dicas de viagem com o pessoal aqui no Vida sem Paredes e nas redes sociais, mas dessa vez, as dicas fizeram o caminho contrário, e vieram de alguém para me inspirar uma deliciosa viagem. Valeu Flavia!

“Amor, Lumiar, pra viver, pra gostar, pra chover pra tratar de vadiar”

As palavras de Beto Guedes na canção Lumiar traduzem perfeitamente a sensação de estar lá, não necessariamente nessa ordem. Assim que cheguei, foi a chuva que me recebeu e me fez ficar por quase uma hora olhando a força da água, do lugar. É impressionante. A chuva tinha hora marcada, todo dia no mesmo horário. Mas depois da tempestade, o sol voltava mais forte em um céu mais azul. E viva o horário de verão, que esticava o dia até bem mais tarde!

As cachoeiras têm uma diferença para os outros lugares que já citamos aqui. Estão no meio de altas montanhas e mata, o que confere ao lugar aquele ar aventureiro de estar em um elo perdido. Nas bordas das águas, árvores altas, o cheiro da mata, os mistérios, e apesar disso, as cachus são de fácil acesso e têm seus poços tranquilos para relaxar sem se preocupar.

Cachoeira de São Jose

Na estrada de terra para se chegar nela temos uma visão exuberante das montanhas ao redor. A cachoeira não é grande, tem 15 metros de queda, mas dá para chegar na queda e sentir o poder da água, que mesmo pouca te sacode. É paga (R$ 3,00), pois fica em uma área particular que também tem lanchonete, piscina e duchas.



Cachoeira do Indiana Jones

A estrada é mais íngreme e o nome é sugestivo. Quando se chega, a primeira coisa que vemos é uma enorme rampa descendo até um poço rasinho. É bonito de se ver, mas a gente fica se perguntando cadê a aventura destemida que deu nome ao lugar.

Voltando para o início da rampa, na parte mais alta, tem uma entradinha para a direita, no leito do rio, e é preciso ir por dentro d’água em um túnel de pedra, aberto lá em cima, de modo que se avista o céu.



Algumas pedras enormes estão agarradas no alto, onde nasceram árvores, criando obras de arte únicas da natureza. É preciso bastante atenção para chegar no poço profundo no fim do túnel, mas a adrenalina injetada no sangue compensa. Mesmo dando para ver o céu, ficamos tão distraídos que não vimos a chuva começar, e adrenalina duplicou. A água “aumentou” na hora e ainda bem que a gente já estava na metade do caminho de volta.



Cachoeira Encontro dos Rios

Essa é imponente, com as águas dos rios Macaé e Bonito. Mais larga, dá para nadar de braçada, mergulhar, e, para os mais aventureiros, tem rafting e canoagem com dose extra de emoção



Essas cachoeiras que eu citei ficam de 5 a 7 Km de Lumiar, e tem várias outras ao redor, mas como eu fiquei dois dias, fiz uma passeio de Jipe para conseguir conciliar as 3 no mesmo dia. O Jipe fica 40 minutos em cada, mas o passeio previsto de 10h às 14h acabou durando até as 17h.

Quem tiver mais tempo tem a opção de ir no trekking ou de carro. Embora as estradas te terra não estejam nas melhores condições, com jeitinho vai, e dá para chegar até bem perto das atrações.

Achei que valeu muito a pena fazer o passeio e ainda para em um barzinho próximo ao Poço Verde pra gente experimentar o famoso pastel de broto de bambu.

Cá para nós, achei que parece um repolho com gosto de palmito. É gostoso, mas eu ainda fico com o bolinho de aipim que provei no mesmo bar, junto com uma cachacinha para esquentar o frio súbito que veio junto com a chuva enquanto estávamos na Indiana Jones.

No passeio de Jipe conheci várias pessoas legais, que já estão devidamente adicionadas e que espero encontrar em outros lugares. Teve tombos, troca de dicas gastronômicas ao redor do mundo e demos boas risadas no bar enquanto a chuva não passava. E depois que passou, veio o sol forte novamente para gente encerrar o passeio do melhor jeito possível.

Como chegar

De carro há 2 opções: seguir pela RJ-116 via Cachoeiras de Macacú, subir a bela serra com boa sinalização, privatizada, com 2 pedágios, e dobrar a direita na RJ-142 após a patrulha rodoviária em Mury. São mais 24 Km até Lumiar. A outra opção é seguir pela BR-101 até Casimiro de Abreu, pegar a RJ-142 e percorrer os 33 Km em uma bonita serrinha até Lumiar, sem pedágios.

De ônibus, o acesso a partir do Rio de Janeiro é pela Viação 1001 até Nova Friburgo. O ponto final é na Praça do Suspiro, que fica a cerca de 300 metros do terminal rodoviário Sul, onde se pega o ônibus de linha para Lumiar. Custou R$ 3,30 e tem mais de uma linha que passa na vila indo para Boa Esperança, São Pedro da Serra, basta se informa na entrada do terminal.

Distâncias até Lumiar:

488 Km de Belo Horizonte – MG
30,7 Km de Nova Friburgo – RJ
173 Km do Rio de Janeiro – RJ
554 Km de São Paulo – SP